Meticulosas e hábeis foram as mãos daqueles que o
prepararam, em sua grandiosidade ímpar e de esplendor inexorável. Uma garrafa
de champanhe quebrada ao casco marcou sua nova fase, quase boas vindas, quase
uma despedida, e ele estava ao mar.
Sua função, ainda indeterminada. Mercantil ou pesqueiro,
negreiro ou um luxuoso turístico, nada se sabia. Quem o conduzirá poderá dizer.
Talvez um dia seja
interceptado por uma horda de corsários que se apropriem deste e ergam em seus
mastros a bandeira negra, conduzindo-o a pilhagem e destruição. Talvez seja abalroado
numa primeira disputa e aderne em profundas águas salgadas, onde fariam morada
crustáceos e corais, algas e diversas espécies de peixes e criaturas marinhas. Talvez
faça história, conduzido a novas terras, a descobertas, a um horizonte além do
jamais explorado. Talvez carregue consigo tesouros de enorme valia, talvez
terror e morte, mas ao tocar a água, os olhos o veem majestoso, assim como é, e
desconhecem seu destino, apenas lhe desejam sorte e bons ventos.