segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um navio

Meticulosas e hábeis foram as mãos daqueles que o prepararam, em sua grandiosidade ímpar e de esplendor inexorável. Uma garrafa de champanhe quebrada ao casco marcou sua nova fase, quase boas vindas, quase uma despedida, e ele estava ao mar.
Sua função, ainda indeterminada. Mercantil ou pesqueiro, negreiro ou um luxuoso turístico, nada se sabia. Quem o conduzirá poderá dizer.

 Talvez um dia seja interceptado por uma horda de corsários que se apropriem deste e ergam em seus mastros a bandeira negra, conduzindo-o a pilhagem e destruição. Talvez seja abalroado numa primeira disputa e aderne em profundas águas salgadas, onde fariam morada crustáceos e corais, algas e diversas espécies de peixes e criaturas marinhas. Talvez faça história, conduzido a novas terras, a descobertas, a um horizonte além do jamais explorado. Talvez carregue consigo tesouros de enorme valia, talvez terror e morte, mas ao tocar a água, os olhos o veem majestoso, assim como é, e desconhecem seu destino, apenas lhe desejam sorte e bons ventos.

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